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Nesta segunda-feira (16), a pista do aeroporto de Cabul foi invadida por uma multidão em busca de voos para deixar o Afeganistão, agora dominado pelo Talibã.As imagens que circulam nas redes sociais mostram pessoas desesperadas no saguão, áreas de embarque e desembarque e na pista de pouso e decolagem, onde tentaram invadir aeronaves paradas.A fuga do ex-presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, e a tomada de poder do pelo grupo fundamentalista islâmico, Talibã, ocasionou um grande pânico na cidade, fazendo com que milhares de pessoas seguissem para o aeroporto em uma tentativa de sair do país. O avanço do Talibã aconteceu depois do início da retirada das tropas americanas do território. Em fevereiro de 2020, o então presidente americano, Donald Trump, assinou o acordo de paz com o Talibã, que previa a retirada total das tropas do país até abril deste ano. O atual presidente dos EUA, Joe Biden, manteve o acordo e adiou a saída completa para o fim deste mês. Foram 20 anos da presença militar dos Estados Unidos, que invadiram o país após os atentados de 11 de setembro. O grupo islâmico chegou a controlar o Afeganistão até 2001, quando tiveram que se retirar da capital sob as bombas norte-americanas da chamada Aliança do Norte.Durante o tumulto no aeroporto internacional de Cabul, tropas dos EUA que ajudavam cidadãos americanos a embarcarem dispararam tiros e assumiram o controle do local.Segundo o porta-voz do Pentágono, John F. Kirby, um soldado ficou ferido e dois afegãos armados foram mortos após atirarem contra tropas americanas. O jornal americano “The Wall Street Journal” diz que três pessoas foram mortas por armas de fogo e a agência de notícias Reuters fala em cinco óbitos durante a confusão. Não se sabe se elas foram atingidas por tiros ou pisoteadas.Afegãos lotam avião no aeroporto de Cabul para tentar fugir do Talibã no Afeganistão. (Foto/AFP)O porta-voz do Talibã, Mohammad Naeem, afirmou à rede de televisão Al Jazeera que “alcançamos o que buscávamos, que é a liberdade do nosso país e a independência do nosso povo Pedimos a todos os países e entidades que se reúnam conosco para resolver quaisquer questões”, disse Naeem. “Não achamos que as forças estrangeiras irão repetir sua experiência fracassada no Afeganistão mais uma vez”.A autoridade de aviação afegã afirmou que o aeroporto foi “liberado para os militares” e aconselhou as companhias aéreas a evitarem o espaço aéreo do país, o que levou as principais companhias a desviarem voos. Mais de 60 países, incluindo EUA, Alemanha, Japão e França, publicaram um comunicado no domingo (15) em que fazem um apelo para que cidadãos afegãos e estrangeiros tenham permissão para deixar o Afeganistão em segurança.(Foto destaque: Afegãos são vistos em cima de avião após multidão invadir aeroporto de Cabul na tentativa de fugir do Talibã. Reprodução/AFP)
Nesta segunda-feira (16), a pista do aeroporto de Cabul foi invadida por uma multidão em busca de voos para deixar o Afeganistão, agora dominado pelo Talibã.
As imagens que circulam nas redes sociais mostram pessoas desesperadas no saguão, áreas de embarque e desembarque e na pista de pouso e decolagem, onde tentaram invadir aeronaves paradas.
A fuga do ex-presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, e a tomada de poder do pelo grupo fundamentalista islâmico, Talibã, ocasionou um grande pânico na cidade, fazendo com que milhares de pessoas seguissem para o aeroporto em uma tentativa de sair do país.
O avanço do Talibã aconteceu depois do início da retirada das tropas americanas do território. Em fevereiro de 2020, o então presidente americano, Donald Trump, assinou o acordo de paz com o Talibã, que previa a retirada total das tropas do país até abril deste ano. O atual presidente dos EUA, Joe Biden, manteve o acordo e adiou a saída completa para o fim deste mês. Foram 20 anos da presença militar dos Estados Unidos, que invadiram o país após os atentados de 11 de setembro. O grupo islâmico chegou a controlar o Afeganistão até 2001, quando tiveram que se retirar da capital sob as bombas norte-americanas da chamada Aliança do Norte.
Durante o tumulto no aeroporto internacional de Cabul, tropas dos EUA que ajudavam cidadãos americanos a embarcarem dispararam tiros e assumiram o controle do local.
Segundo o porta-voz do Pentágono, John F. Kirby, um soldado ficou ferido e dois afegãos armados foram mortos após atirarem contra tropas americanas. O jornal americano “The Wall Street Journal” diz que três pessoas foram mortas por armas de fogo e a agência de notícias Reuters fala em cinco óbitos durante a confusão. Não se sabe se elas foram atingidas por tiros ou pisoteadas.
Afegãos lotam avião no aeroporto de Cabul para tentar fugir do Talibã no Afeganistão. (Foto/AFP)
O porta-voz do Talibã, Mohammad Naeem, afirmou à rede de televisão Al Jazeera que “alcançamos o que buscávamos, que é a liberdade do nosso país e a independência do nosso povo Pedimos a todos os países e entidades que se reúnam conosco para resolver quaisquer questões”, disse Naeem. “Não achamos que as forças estrangeiras irão repetir sua experiência fracassada no Afeganistão mais uma vez”.
A autoridade de aviação afegã afirmou que o aeroporto foi “liberado para os militares” e aconselhou as companhias aéreas a evitarem o espaço aéreo do país, o que levou as principais companhias a desviarem voos. Mais de 60 países, incluindo EUA, Alemanha, Japão e França, publicaram um comunicado no domingo (15) em que fazem um apelo para que cidadãos afegãos e estrangeiros tenham permissão para deixar o Afeganistão em segurança.
A autoridade de aviação afegã afirmou que o aeroporto foi “liberado para os militares” e aconselhou as companhias aéreas a evitarem o espaço aéreo do país, o que levou as principais companhias a desviarem voos. Mais de 60 países, incluindo EUA, Alemanha, Japão e França, publicaram um comunicado no domingo (15) em que fazem um apelo para que cidadãos afegãos e estrangeiros tenham permissão para deixar o Afeganistão em segurança.